Mata Atlântica, AMPARO | SP

A Residência das Plantas é uma imersão criativa em arte e natureza. Propõe a construção coletiva de um espaço-tempo para experimentações, trocas e aprendizagem sob um viés selvagem.

Residência das Plantas

Edição 2022: Mata Atlântica, Amparo | SP

Fotografia: Juliana Colli

A Residência das Plantas edição 2022 foi realizada em parceria com os artistas do coletivo Foi à Feira. Contemplou uma imersão presencial durante 10 dias do mês de abril em Amparo, região de Mata Atlântica no interior de São Paulo. E uma segunda imersão, em formato digital, onde os residentes se reencontraram para conversar sobre aprendizados e desdobramentos de suas poéticas.

Coletivo Foi à Feira

Formado em Vitória (ES) em 2009, o coletivo @foiafeira surgiu a partir de pequenos happenings culturais em espaços públicos, chamados “Tábuas de Carne”: encontros de experimentação gráfica, artística e literária promovidos pelos artistas, designers e produtores do grupo. Atualmente composto por @claximenes [Clarissa Ximenes (SP)], @gabrieltye [Gabriel Tye (SP)], @portoluisfilipe [Luis Filipe Porto (ES)], @matheusromanelli [Matheus Romanelli (ES)] e @rayzamucuna [Rayza Mucunã (AC)], o FAF tem atuado nos últimos anos como plataforma de desenvolvimento de projetos artísticos e educativos propostos e pensados para a cidade. Estruturados a partir da escuta e de ações investigativas sobre o território abordado, seus projetos acabam articulando e revelando – seja através das intervenções urbanas, instalações ou ações espontâneas – histórias e narrativas muitas vezes invisíveis no tecido urbano.

Instalação Objeto Horizonte

A instalação, comissionada pela 10ª Mostra 3M de Arte – Lugar Comum realizada no Parque Ibirapuera em 2020, tinha como principal desejo convidar o público para refletir sobre perspectivas e sonhos para o futuro das cidades, compreendendo-as como campo coletivo.

No contexto do enfrentamento ao primeiro ano de pandemia, a obra apresentava uma estrutura esférica de estética futurista estranha à paisagem e estimulava os frequentadores a fazer uma autorreflexão, respondendo em voz alta à seguinte pergunta: “Como você sonha a cidade do futuro?”.

Os depoimentos eram então registrados e simultaneamente reproduzidos em caixas de som acoplados à estrutura, criando uma paisagem sonora construída a partir de desejos e sonhos para São Paulo, construindo um manifesto a partir do campo comum e coletivo na teia urbana. Ao longo de 2021 a obra passou também pelo Parque Faria Lima (zona norte), Metrô da Sé (centro) e Parque Taquaral (Campinas, SP) e recolheu mais de 10.000 depoimentos em áudio.

A experiência do coletivo Foi à Feira durante a Residência das Plantas proporcionou uma imersão na escuta dos depoimentos recolhidos pelo Objeto Horizonte em meio à Mata Atlântica no interior de SP.

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Foto divulgação Objeto Horizonte – Coletivo Foi à Feira: Gabriel Tyê

Processos em Residência

Foto de registros: Camila Torres, Clarissa Ximenes, Gabriel Tyê,  Juliana Colli, Luis Filipe Porto, Matheus Romanelli e Rayza Mucunã.

Ocupação Horizontes Futuros

Em abril deste ano o Coletivo Foi à Feira realizou uma residência artística no município de Amparo, interior de São Paulo, com a mediação da Residência das Plantas. A experiência propiciou uma imersão na escuta dos depoimentos recolhidos por uma das últimas criações do Foi à Feira, o Objeto Horizonte. A instalação, comissionada pela 10ª Mostra 3M de Arte – Lugar Comum, apresentava uma estrutura esférica de estética futurista e estimulava o público a responder em voz alta à pergunta: “Como você sonha a cidade do futuro?”.  Os depoimentos eram então registrados e, simultaneamente, reproduzidos em caixas de som acopladas à estrutura, criando uma intervenção na paisagem sonora. Ao longo de 2020 e 2021 a obra foi exposta no Parque Ibirapuera, no Parque Faria Lima, na estação de metrô da Sé e no Parque Taquaral (Campinas, SP) e recolheu mais de 10 mil depoimentos em áudio.

Durante dez dias voltados a experimentações em arte e natureza, o programa de residência contemplou práticas sensoriais e proposições artísticas conduzidas pelos participantes a partir do encontro de suas singularidades com as demais camadas que constituem a paisagem de Amparo. Sob o anseio de (re)selvagilizar a percepção, incitou-se vagar pelo horizonte sonoro da vizinhança e observar o brotamento espontâneo de cogumelos – elementos que direcionaram olhares e corpos ao desejo por aproximações interespécies. 

Entre as sessões de escuta dos depoimentos coletados pelo Objeto Horizonte e a presença fúngica que atravessava conversas e imagens, surgiram outras fabulações capazes de remodelar o tempo, as memórias e os espaços que ocupamos. 

Horizontes Futuros manifesta o desdobramento poético da residência artística em um formato que, assim como nos demais projetos desenvolvidos pelo Coletivo Foi à Feira em seus treze anos de existência, busca integrar a participação do público através de dispositivos diversos.

A ocupação aconteceu em agosto de 2022 no Bananal @bananal.arte Lavradio, 237, Barra Funda – SP

 

Fotos divulgação da Ocupação Horizontes Futuros: Gabriel Tyê

Este projeto foi viabilizado com o apoio do Prêmio de Realização em Artes Visuais do ProAC Lab 2021 e realizado na parceria Foi à Feira e Lab das Plantas.