Mata Atlântica, Serra do Caparaó | ES

A Residência das Plantas é uma imersão criativa em arte e natureza. Propõe a construção coletiva de um espaço-tempo para experimentações, trocas e aprendizagem sob um viés selvagem.

Residência das Plantas

Edição 2021: Mata Atlântica, Serra do Caparaó | ES

Ilustração: Thais Kobe

Nesta primeira edição, uma imersão presencial de quinze dias contou com a participação de dez residentes em meio à Mata Atlântica no alto da Serra do Caparaó, região rural do município de Divino de São Lourenço, estado do Espírito Santo, sudeste do Brasil. Sua realização contemplou uma experiência de imersão in loco que valorizasse a troca entre os residentes, a aprendizagem com o bioma desta edição e o desenvolvimento de poéticas em arte, sejam elas individuais ou coletivas. Todas e todos os participantes da imersão são compreendidos como residentes e partilharam entre si as dinâmicas e os desafios de morar juntos neste período, incluindo cozinhar, limpar e manter ativa uma casa no meio da floresta. Durante este período contamos com a participação de cinco artistas, moradores da região do Caparaó Capixaba, que, além de anfitriões, contribuíram como mediadores essenciais ao proporcionar ao coletivo uma relação mais íntima com as paisagens do lugar.

 

Processos em Residência

Fotos de registro: Camila Torres, Gabriele Stein, Juliana Colli e Pedro Karg

A Juçara

Dentre os vínculos afetivos e espontâneos que emergiram ao longo da estadia, destacamos a Juçara, palmeira nativa da Mata Atlântica. Por meio de atividades que propunham o manejo da planta em diversas escalas — colheita, despolpa, preparo de alimentos, extração de pigmento e integração em processos artísticos — a planta se fez protagonista e mediadora do ecossistema. Em um gesto de reciprocidade à Mata e aos seres que nela habitam, semeamos novos berços de Juçara.

Fotos: Pedro Karg e Gabriele Stein

Na segunda fase do projeto, a imersão foi realizada no formato digital, com cada residente em seu local de origem, mantendo a participação de artistas-moradores da Serra do Caparaó que estiveram presentes na primeira fase. Nesse outro formato, duas perguntas impulsionaram a criação de momentos favoráveis ao compartilhamento de experiências individuais dos residentes, durante e após a estadia na Mata Atlântica: “o que eu sinto que aprendi?” e “o que eu sinto que consegui oferecer?”. Foram cinco encontros onde cada participante realizou uma partilha dos seus processos e recebeu, por meio da escuta ativa, impressões de outros residentes sobre sua presença no projeto.

Aqui compartilhamos com o mundo nossa coleção-piloto de sementes.

Catálogo

Na publicação digital Residência das Plantas: Edição 2021 Mata Atlântica, Serra do Caparaó você encontrará textos e imagens que aprofundam parte dos encantamentos e das reflexões de residentes e convidades.

Postais

Disponibilizamos postais para pontos de cultura e agentes da arte-educação, em uma relação poética entre imagem e palavra, e expandimos o alcance de inquietações e aprendizados por meio do Diálogo das Plantas, realizado junto ao Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio Del Santo.

Na geologia de uma pele, quais montanhas podem ser transpostas?
Lançar-se ao que move e nutrir o tempo.
Me escuta? Conta o que te falo em som de ver.
Sentir / Há terra / De novo / Estar / Na terra / De novo / Ouroborus / Sou Terra / De novo
Como seria abrir-se para a escuta de uma árvore para depois por ela deixar-se dançar?
Encantos inventados / ser em ser / o ser encantado / ser humano, ser mato / em canto inventado
Relacionar, reinventar paisagens, construir lugares e reconectar.
Qual o tempo para que a semente possa realmente brotar? O espaço da terra é o mesmo da carne? A carne comporta um coração. Onde fica o coração da terra?
Quais as formas de ser desenho junto aos elementos de minha paisagem?
Como viver coletivamente preservando a singularidade de cada indivíduo?
Previous
Next

Ficha Técnica da Residência das Plantas

Edição 2021: Mata Atlântica, Serra do Caparaó | ES

Este projeto foi viabilizado com o apoio do Prêmio em Artes Visuais da Lei Aldir Blanc 2021 da Secult ES e realizado na parceria OPARQUE e Lab das Plantas.